segunda-feira, junho 13, 2005
O AMOR
Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.
A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos teus rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma vidros.
Estou a rodear de agulhas
a tua boca mais vulnerável.
A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma.
Assim é o amor: mortal e navegável.
Eugénio de Andrade
corta os lábios.
A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos teus rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma vidros.
Estou a rodear de agulhas
a tua boca mais vulnerável.
A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma.
Assim é o amor: mortal e navegável.
Eugénio de Andrade
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