quinta-feira, agosto 31, 2006

o som do arco..

que outrora...percorria o bloco daquele bairrinho... humilde que cheirava a ser feliz...hoje bateu na minha alma...mas não encontrou...paralelo com o até depois...camarada!!!...lembrei eu!!

quarta-feira, agosto 30, 2006

...até...à próxima!!...

..o vento faz eco de palavras...que quem sabe... esperem eternamente no banco do jardim...as palavras lançadas...são o tal eco que fica...assim...

quinta-feira, junho 22, 2006

Investigadores portugueses estudam metástases em gatas

Estudo do ICBAS e UTAD


Cientistas portugueses conduzem o primeiro estudo mundial citogenético em gatas ao nível de sondas representativas dos cromossomas, com o intuito de perceberem o processo de metastização provocado pelo cancro da mama.

Um grupo de investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS) e do Centro de Genética e Biotecnologia (CGB) da Universidade de Trás-os-Montes (UTAD) está a estudar tumores mamários em gatas, para melhor entender o processo de metastização e fazer uma análise comparativa com mulheres.

Esta investigação, que foi iniciada em Novembro passado e já resultou em diversos artigos científicos publicados em revistas internacionais, deverá ter os primeiros resultados dentro de dois anos.

A pesquisa tem como objectivo estudar o processo de metastização da célula e, nesse sentido, justifica Raquel Chaves, da UTAD, a gata é também um bom modelo animal, "uma vez que os seus tumores são entre 85 a 90% histologicamente malignos".

Fonte: Diário de Notícias

saúde

terça-feira, junho 13, 2006

Imagens africanas (Zaire) de Santo António datas do século XIX. Museu fur Volkerkunde de Berlim



Os portugueses nas suas andanças por todo o mundo difundiram por todo o lado o culto de Santo António. Nascido em Lisboa, Fernando de Bulhões (1195-1231), estudou no Convento de S. Vicente de Fora (ordem de Santo Agostinho) e depois no Convento de Santa Cruz em Coimbra (Ordem de São Francisco). Depois partiu para África (Marrocos) numa missão de evangelização. No regresso à Europa, foi para Itália, onde prosseguiu os estudos de teologia, tornando-se professor em Bolonha. A sua fama de pregador e taumaturgo rapidamente se espalhou. A pedido do papa Alexandre IV escreveu os seus célebres "Sermões sobre os Santos". Em Portugal, como em muitos lugares do mundo, são-lhe atribuídos muitos milagres e está ligado a inúmeras tradições populares. O santo morreu em Pádua, onde está sepultado.

Santo António de Lisboa

Actos de violência física e psíquica...

Em 2005, a maioria dos idosos com mais de 65 anos foi sujeita a maus tratos físicos (217) e psíquicos (225) praticados por companheiros ou filhos
vítimas

sexta-feira, junho 09, 2006

...o meu Porto...está mais bonito!...











foto de Rui de Meireles





...e à noite na Avenida dos Aliados também há luzinhas reflectidas no lago...

...posso sonhar... e brincar às lágrimas...para me deixar levar aos efeitos do caleidoscópio..e me transportar aos tempos de menina...

quarta-feira, maio 31, 2006

...só se vê com o coração...

Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos." Poucos livros, na história da literatura universal, terão, como O Principezinho, acompanhado tantas gerações de leitores sem que o deslumbramento inicial jamais se quebrasse. Hino ao amor, à amizade e ao seu mistério, "a que devemos obedecer", como nos ensinou o seu autor, Antoine de Saint-Exupéry, é esse mesmo livro que vê chegado o 60.º aniversário da sua primeira edição em França. Inicialmente nas páginas da revista Elle, depois já como livro sob chancela das edições Gallimard. A sua primeiríssima edição dera-se, recorde-se, nos Estados Unidos, em 1943, três anos antes da efeméride que agora se assinala.
o essencial é invisível ao olhos...

sábado, maio 13, 2006

Um dia...







Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora,
das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que partilhamos.
Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das
vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim...
do companheirismo vivido.


Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.


Em breve cada um vai para seu lado, seja
pelo destino ou por algum
desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas
que trocaremos.

Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices...
Aí, os dias vão passar, meses... anos... até este contacto
se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo...

Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e
perguntarão:
"Quem são aquelas pessoas?"

Diremos... que eram nossos amigos e... isso vai doer tanto!
-"Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons
anos da minha vida!"

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...

Quando o nosso grupo estiver incompleto...
reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.

E, entre lágrima abraçar-nos-emos.
Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes
daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a
sua vida isolada do passado.

E perder-nos-emos no tempo...
Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não
deixes que a vida
passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de
grandes tempestades...

Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem
morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem
todos os meus amigos!"


Fernando Pessoa

quarta-feira, maio 10, 2006

A IDADE SECRETA

..."A sua língua transformou-me na lâmpada de Aladino. Ele está de joelhos diante de mim e eu sinto que poderia conceder-lhes qualquer desejo. Quanto aos meus, foi ele o génio que mos concedeu. Todos. Menos um.
Sou uma lâmpada de Aladino e quanto mais ele me esfrega mais lhe pertenço. Derreteu o meu sentido do dever, o meu sentido do ser. Sou apenas uma mulher à beira de si própria. Com os lábios abertos, os olhos abertos, a noite fechada"...
pag. 47

segunda-feira, maio 08, 2006

Reinvenção das avós


Uma avó é uma mulher que não tem filhos;
por isso gosta dos filhos dos outros.

As avós não têm nada que fazer, é só estarem ali.

Quando nos levam a passear, andam devagar
e não pisam as folhas bonitas nem as lagartas.

Nunca dizem: despacha-te!

Normalmente são gordas,
mesmo assim conseguem atar-nos os sapatos.

Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo,
ou uma fatia maior.

Uma avó de verdade nunca bate numa criança;
zanga-se, mas a rir.

As avós usam óculos e às vezes até conseguem
tirar os dentes.

Quando lêem histórias nunca saltam bocados
e não se importam de contar a mesma
história várias vezes.

As avós são as únicas pessoas grandes
que têm sempre tempo.

Não são tão fracas como elas dizem,
apesar de morrerem mais vezes que nós.

Toda a gente deve fazer o possível por ter uma avó,
sobretudo se não tiver televisão.



Texto elaborado por um grupo de crianças de Genebra, com 8 anos de idade.

quarta-feira, maio 03, 2006

Tom Sawyer


Tom Sawyer é um menino traquina que reside numa pequena aldeia chamada S. Petersburg no estado de Ilinois nos EUA, em finais do século XIX. Ainda bébé os seus pais morreram, tendo ficado a morar com a tia Polly, mais o seu irmão Sid e a prima Maria. Ser pirata e descobrir tesouros é o seu sonho.
Para Tom a vida seria sempre uma aventura, a coisa que mais detesta é a de ter que ir à escola, de andar de sapatos e ao Domingo ter de ir à missa.
Quem não vai nesta cantiga é o professor, que está constantemente a repreender Tom com severos castigos, mesmo sem este ter culpa.
Tom faz tudo para conquistar o coração da sua amada, a Becky Tatcher, que também sente um fraquinho por ele.- As Viagens de Tom Sawyer
- Tom Sawyer Detective
Portugália Editora


-Huckleberry Finn
Este livro foi publicado pela antiga marca de refrigerantes Fruto Real.


Biblioteca Fruto Real. Para além das Aventuras de Tom Sawyer, Mark Twain escreveu outras histórias deste personagem e também de Hucleberry Finn. HuckIlustrações de: True W. Williams
Sid, Tia Polly, Maria e Tom




tom sawyer

terça-feira, abril 25, 2006

VIVA O DIA 25/4/74 - DIA DA LIBERTAÇÃO DE PORTUGAL

Vila Franca, 26/4/74

VIVA O DIA 25/4/74.
DIA DA LIBERTAÇÃO DE PORTUGAL



Minha muito querida eusouassim:

Escrevo-te num canto com a espingarda ao ombro. Canto esse que me abriga pois está frio e vento. São 4 horas da manhã. Tudo vai bem. Até agora não descansei um bocado, mas felizmente que estamos de prevenção por algo importante para nós.
Não posso escrever-te mais por hoje. Pensa em mim. Recebi hoje à tarde uma carta tua, em que pensas que vou aí, mas como o quartel está de prevenção por uma coisa que tu quando receberes esta carta já sabes.
Quantas saudades já tenho de ti. Falta pouco agora para te ver. Sinto-o
Beijos sem fim daquele que muito te ama e te traz sempre com ele em pensamento,

O TEU

ZL

AMO-TE.


(carta para eusouassim em plena revolução dos cravos)

...um para mim...outro para ti...















guarda-o dentro do teu ser...






P.S....porque no ar...ele já está envenenado...quem sabe pelo buraco do ozono...

Os silêncios da fala





São tantos

os silêncios da fala



De sede

De saliva

De suor



Silêncios de silex

no corpo do silêncio



Silêncios de vento

de mar

e de torpor



De amor



Depois, há as jarras

com rosas de silêncio



Os gemidos

nas camas



As ancas

O sabor



O silêncio que posto

em cima do silêncio

usurpa do silêncio o seu magro labor.


Maria Teresa Horta
in Vozes e Olhares no Feminino, Edições Afrontamento,
Porto 2001, pp. 40, 41

domingo, abril 23, 2006

O livro que escolho para este dia...uma ode à ternura...


O MEU PÉ DE LARANJA LIMA

"- O primeiro a escolher as árvores, será você.
Olhei os seus pés, os dedos saindo dos tamancos. Ele era uma velha árvore de raízes escuras. Era um pai-árvore. Mas uma árvore que eu quase não conhecia.
- Depois tem mais. Tão cedo não vão cortar o seu pé de Laranja Lima. Quando o cortarem você estará longe e nem sentirá.
Agarrei-me soluçando aos seus joelhos.
- Não adianta, Papai. Não adianta.
E olhando o seu rosto que também se encontrava cheio de lágrimas murmurei como um morto:
- Já cortaram, Papai, faz mais de uma semana que cortaram o meu pé de Laranja Lima."

Mauro de Vasconcelos


vai se emocionar, rir e chorar com esta linda e comovente história de um garoto de seis anos, chamado Zezé.

Pobre, sozinho, alegre, inteligente e principalmente por ser esperto demais aprende muito cedo o que é dor e saudade.

Tem além do carinho do seu amigo "Portuga", uma grande, fiel e confidente: a "Xururuca" - seu pé de laranja lima. É para ela que ele divide suas tristezas, travessuras, carências e fantasias.

vivó PORTO...carago!!


PORTO

sábado, abril 22, 2006

"Neologismo", do livro Belo Belo, de 1948:


Beijo pouco, falo menos ainda.
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana.
Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.
Intransitivo:
Teadoro, Teodora.


Manuel Bandeira

sexta-feira, abril 14, 2006

JESUS NA CRUZ




(desenho de criança)
óleo de eusouassim

domingo, abril 09, 2006

e com estas... me deito...sem ser serenamente...


Irão

Folar da Páscoa




Ingredientes

100 g de manteiga ou de margarina;

1 colher de café de erva doce em pó;
15 g de fermento de padeiro ;
3 colheres de sopa de açúcar;
1colher de café de canela;
1 colher de café de sal fino;
2,5 dl de leite;
ovos cozidos;
500 g de farinha;
2ovos pequenos.

Modo de preparar


Dissolve-se o fermento de padeiro num pouco de leite morno e com 100 g de farinha tirada do peso total e uma colher de açúcar, também tirada da quantidade total, faz-se uma massa. Deixa-se levedar durante cerca de 20 minutos em sítio aquecido.

Entretanto, amassa-se a restante farinha com os ovos, o açúcar e o leite até se obter uma massa muito leve, bem arejada, mas com bastante corpo. Adiciona-se depois a margarina derretida, o sal, a erva doce e a canela. Mistura-se bem e junta-se à massa de fermento levedada. Amassa-se até a massa se desprender das mãos e do alguidar. Cobre-se com um pano e envolve-se o alguidar num cobertor. Deixa-se levedar durante 2 a 5 horas em sítio aquecido (o tempo de crescimento depende da temperatura ambiente).

Depois divide-se a massa em bolas ou molda-se numa só. Achata-se um pouco e colocam-se sobre ela um ou mais ovos cozidos, conforme o tamanho da massa. Prendem-se os ovos com algumas tirinhas de massa. Pincela-se com gema de ovo e leva-se a cozer em forno bem quente.

(Não se deve levedar a massa no forno, mesmo muito brando, pois pode tornar-se amarga).

OVO


...."o ovo participa também do simbolismo dos valores de repouso, como a casa, o ninho,a concha, o seio da mãe. Mas no interior da concha, como no seio, simbólico da mãe, actua a dialética do ser livre e do ser acorrentado. O ser vivo a sair desta doce segurança: o pintainho quebra a sua casca suave e quente. O ovo, tal como a mãe, tornar-se-á o símbolo dos conflitos interiores entre o burguês âvido de conforto e o aventureiro apaixonado pelos desafios que dormem no homem..."...

Domingo de Ramos





Podemos dizer que a semana da Páscoa começa com o Domingo de Ramos.
A festa dos ramos relembra o dia em que Jesus entrou festivamente em Jerusalém, pouco antes de sua morte.
Jesus nascera em Belém, na Judéia, mas passara a maior parte de sua vida na Galiléia, em Nazaré, Cafarnaum e outras cidades, fazendo sua pregação sobre o Reino de Deus e divulgando sua doutrina de amor. Poucos dias antes de ser preso, julgado e condenado à morte, Jesus dirigiu-se a Jerusalém com seus discípulos, justamente para comemorar a Páscoa ( a Páscoa judaica ). Pois foi nesse dia que o povo o aclamou nas ruas, agitando no ar ramos de palmeira e oliveira, e gritando "Hosana ( que quer dizer " Salve!") ao Filho de Davi".
Chamamos de entrada triunfal de Jesus em Jerusalém para cumprir seu mistério pascal, a realidade era de maioria camponês, eis a razão dos ramos. Levantar os ramos e aclamar com alegria é a maneira do povo expressar o reconhecimento régio e messiânico de Jesus.

sábado, abril 08, 2006

...olá mãe...(a mãe comigo na barriga...)






desenho de criança
óleo de eusouassim

É Actuando que Devemos Abandonar

Eu odeio, no fundo, toda a moral que diz: «Não faças isto, não faças aquilo. Renuncia. Domina-te...». Gosto, pelo contrário, da moral que me leva a fazer uma coisa, a refazê-la, a pensar nela de manhã à noite, a sonhar com ela durante a noite, e a não ter jamais outra preocupação que não seja fazê-la bem, tão bem quanto for capaz entre todos os homens. A viver assim despojamo-nos, uma a uma, de todas as preocupações que não têm nada a ver com esta vida: vê-se sem ódio nem repugnância desaparecer hoje isto, amanhã aquilo, folhas amarelas que o menor sopro um pouco vivo solta da árvore; ou mesmo nem sequer se dá por isso, de tal modo o objectivo absorve o olhar, de tal modo o olhar se obstina em ver para diante, não se desviando nunca, nem para a direita nem para a esquerda, nem para cima nem para baixo. «É a nossa actividade que deve determinar o que temos de abandonar; é actuando que deixaremos», eis o que amo, eis o meu próprio placitum! Mas eu não quero trabalhar para me empobrecer mantendo os olhos abertos, não quero essas virtudes negativas que têm por essência a negação e a renúncia.

Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'

...mas como ele...ainda...me estou a arranjar...:))



momentinhosdeeusouassim

...mas vou ficar melhor a olhar o...







foto de eusouassim

...hoje...ainda estou assim..como o safiro...










foto minha...

sexta-feira, abril 07, 2006

Fernando Pessoa

foto de eusouassim




Não tenho ambições nem desejos.
ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sózinho.
...

Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.
...
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem sabe o que é amar...
...

Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
...

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

sexta-feira, março 24, 2006

Redução de colesterol diminui risco de doença cardíaca


Uma redução da taxa de colesterol, mesmo que pequena, diminui fortemente o risco de doença cardiovascular, indica um estudo genético hoje publicado numa revista médica norte-americana.



A investigação, realizada com mais de 12.000 pessoas brancas e negras, mostrou que uma redução de apenas 15 por cento da taxa de LDL (conhecido como o «mau colesterol») durante um período prolongado pode fazer baixar acentuadamente o risco de doença coronária, segundo o New England Journal of Medicine.
Esta diminuição de LDL pode ser facilmente obtida tomando pequenas doses de medicamentos à base de estatinas, sublinham os investigadores.

O estudo confirma que uma redução moderada do colesterol tem efeitos protectores mesmo em pessoas que tenham outros factores de risco cardiovasculares importantes, como o hábito de fumar.

O trabalho «mostra sobretudo que um nível mais baixo de LDL teve um efeito espectacular na incidência de acidentes coronários durante um período de 15 anos», sublinhou Helen Hobbs, do Howard Hughes Medical Institute da Universidade do Sul do Texas, autora principal do estudo.

A investigação foi feita «com pessoas que viviam nos mesmos locais, sob a mesma intensidade de stress e com os mesmos riscos importantes de doenças cardiovasculares, como a hipertensão, a diabetes e o tabagismo», explicou.

O colesterol LDL é uma substância cerosa formada no fígado e no intestino que pode acumular-se e obstruir as artérias, sendo um factor essencial no desencadear e na progressão das doenças coronárias, lembram os médicos.

A taxa de LDL no sangue varia consideravelmente de pessoa para pessoa, já que é determinado por uma combinação complexa de factores genéticos e ligados ao ambiente.

«Não há dúvidas de que uma dieta rica em gordura pode causar uma acumulação gradual de LDL durante uma vida, mas cerca de 50 por cento da variação do colesterol pode ser atribuída a factores genéticos», afirmou Helen Hobbs.

«Foram já identificados oito genes com influência na taxa de LDL e existirão provavelmente muitos outros», concluiu.

Diário Digital / Lusa

colesterol

Medicamento pode inverter efeitos da doença de Alzheimer


Um medicamento com o nome genérico de donepezilo pode inverter os efeitos da doença de Alzheimer nos pacientes mais gravemente afectados, segundo um estudo hoje publicado pela revista médica britânica The Lancet.



O estudo foi realizado por médicos do prestigioso Instituto Karolinska, da Suécia, que compararam o efeito do donepezilo (disponível em Portugal) em 99 pacientes a quem foi administrado o fármaco durante seis meses e noutros 95 tratados só com um placebo.
Todos sofriam de demência severa, uma condição que afecta um em cada cinco doentes de Alzheimer.

«O nosso estudo demonstra que o donepezilo pode melhorar as faculdades cognitivas e conservar essas funções nos pacientes afectados por Alzheimer grave», afirmam os autores do estudo.

Uma preocupação dos estudiosos de Alzheimer é que os tratamentos com fármacos podem permitir a sobrevivência do paciente num estado de demência e prolongar assim desnecessariamente o seu sofrimento.

«A administração prolongada de inibidores de colinesterase (de que é exemplo este fármaco) não afecta a sobrevivência», dizem os autores do estudo.

No seu entendimento, «este tratamento deveria ser uma opção disponível porque pode ajudar os pacientes em fase avançada de demência sem prolongar desnecessariamente o tempo em que sofrerão de Alzheimer grave».

Diário Digital / Lusa

Alzheimer

quinta-feira, março 23, 2006

Armário



Eu queria, senhora, ser o seu armário
e guardar os seus tesouros como um corsário
Que coisa louca: ser seu guarda-roupa!
Alguma coisa sólida circunspecta
e pesada nessa sua vida tão estabanada.
Um amigo de lei (de que madeira eu não sei)
Um sentinela do seu leito com todo o respeito.
Ah, ter gavetinhas para suas argolinhas
Ter um vão para seu camisolão e sentir o seu cheiro, senhora, o dia inteiro
Meus nichos como bichos engoliriam suas meias-calças,
seus soutiens sem alças, e tirariam
nacos dos seus casacos,
E no meu chão,como trufas, as suas pantufas...
Seus echarpes, seus jeans, seus longos e afins
Seus trastes e contrastes.
Aquele vestido com asa e aquele de andar em casa.
Um turbante antigo. Um pulôver amigo. Bonecas de pano.
Um brinco cigano.Um chapéu de aba larga.
Um isqueiro sem carga.Suéteres de lã e um estranho astracã.
Ah, vê-la se vendo no meu espelho, correndo.
Puxando, sem dores, os meus puxadores.
Mexendo com o meu interior à procura de um pregador.
Desarrumando meu ser por um prêt-à-porter...
Ser o seu segredo,senhora, e o seu medo.
E sufocar com agravantes todos os seus amantes.


Luís Fernando Veríssimo