terça-feira, abril 25, 2006

Os silêncios da fala





São tantos

os silêncios da fala



De sede

De saliva

De suor



Silêncios de silex

no corpo do silêncio



Silêncios de vento

de mar

e de torpor



De amor



Depois, há as jarras

com rosas de silêncio



Os gemidos

nas camas



As ancas

O sabor



O silêncio que posto

em cima do silêncio

usurpa do silêncio o seu magro labor.


Maria Teresa Horta
in Vozes e Olhares no Feminino, Edições Afrontamento,
Porto 2001, pp. 40, 41

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